Salve, salve nação Tricolor!
Meu artigo de hoje conta a história de um mito que de ídolo como jogador se transformou em “pardal” como treinador e acontece em um mundo onde a narrativa é mais importante do que os fatos, afinal nesse mundo “as pessoas distorcem os fatos para que se moldem ‘às’ suas teorias ao invés das teorias ‘se’ moldarem ‘aos’ fatos; como teria dito Sherlock Holmes.
Nesse mundo a pessoa não tem mais o direito de ter uma opinião, ela é obrigada a ter uma e, pelos motivos relatados no primeiro parágrafo, muitos transformam essa opinião em um fato.
Comecemos com a história do mito; ele era apenas um jogador, um goleiro e na minha opinião nem foi o melhor que eu vi em sua posição no clube, logo, porque ele se tornou um mito?
Pois bem, esse goleiro excepcional; se tornou um mito pelos seus feitos além de sua posição: defendeu um único clube por 25 anos em 1237 jogos, marcou 131 gols e conquistou mais de 30 títulos; para se ter uma ideia, o mito marcou mais gols de falta do que cobradores excepcionais como Marcelinho Carioca e Zico.
Agora falemos sobre o “pardal”; em sua segunda passagem o “pardal” assumiu a equipe em uma posição desesperadora: um clube endividado, jogadores com salários atrasados, e que nunca esse clube esteve tão próximo de cair para a série B, ou seja, um caos; e ele chegou com o objetivo de salvar o clube da segunda divisão, e conseguiu.
No ano seguinte, nesse clube ainda endividado, com salários atrasados e com muitos jogadores no departamento médico; o “pardal” conseguiu chegar à final do campeonato paulista vencendo um jogo e perdendo o outro, perdeu o título no saldo de gols; eliminou o melhor clube do país no momento da Copa do Brasil e foi eliminado do torneio pelo clube que depois seria campeão.
O “pardal” conseguiu ainda chegar à final da Copa Sul-americana, e em jogo único seu time foi derrotado, seu adversário alias venceu o campeão da Taça Libertadores no jogo de ida da Recopa essa semana.
Começa o ano de 2023 e o “pardal” comanda uma reformulação no elenco, saíram pelo menos 10 jogadores e chegaram outros 10; isso já tornaria o trabalho de reconstrução do time muito difícil.
Mas não foi só isso: nos 10 primeiros jogos da temporada o “pardal” não pode contar com pelo menos 10 jogadores que estão entregues ao departamento médico, entre os quais todos os zagueiros e laterais titulares.
No momento em que eu escrevo esse post o time do “pardal” é líder de seu grupo, está classificado para a próxima fase e tem o melhor ataque do torneio.
Mas aí vem a questão: porque “pardal”? Pelas escolhas que tem dado certo? Por ter recuperado o futebol de Nestor, Diego Costa e Neves em 2022? Por ter encontrado uma posição para o Galoppo? Por estar aos poucos recuperando o futebol do Luan? Em virtude da boa campanha no paulista? Ou por ter ajudado o clube a diminuir o déficit financeiro?
Eu tenho uma teoria: ele é “pardal” porque defende opiniões diferentes de quem o chama assim, seja porque ele prefira jogador “A” a “B”, ou por gostar mais de um sistema de jogo do que de outro; e essas pessoas encontram na imprensa vozes que não só criticam, mas que perseguem o técnico, mas por que isso?
Essa é fácil né? O mito jogador com sua identificação com o clube, suas conquistas, seus gols em clássicos e sua “arrogância” por ser quem foi e conquistar o que conquistou, fez muitos inimigos na imprensa… e nem quero mencionar os personagens, que em troca de likes e views falam o que o “povo” quer ouvir.
Por fim existe uma afirmação constante: “É preciso separar o goleiro do técnico”, e eu concordo com ela; mas para quem torce por esse clube e viveu suas conquistas desde que o Ceni assumiu o gol jamais vai separar o mito de alguma coisa, o respeito por Rogério Ceni deveria estar acima de qualquer coisa, só abaixo do amor pelo clube.
Ah faltou falar sobre o burro, então vamos lá: não, eu não vou chamar ninguém burro; pois burra é essa necessidade que algumas pessoas têm de ver seu ponto de vista certo, “se eu acho que fulano tem que jogar e cicrano não, eu vou esperar o fracasso para aparecer todo perfumado nas redes sociais e dizer: Eu não falei? ” A necessidade de ter razão sempre, isso é o burro.
Fiquem bem.
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