A relação do São Paulo Futebol Clube com o Estádio Municipal de São Paulo continua. Logo após estrear o gramado, em maio, o São Paulo investe em um acordo com a Prefeitura para o arrendamento do estádio, destinando à municipalidade 10% do valor bruto apurado em cada partida e obtendo assim a exclusividade de seu uso. Os dirigentes são-paulinos se baseavam no artigo 100º da Liga Paulista, que impedia que um clube adotasse para seu mando um estádio já adotado por outra agremiação.
A negociação não vingou por forte oposição do Palestra Itália junto à Liga, que rasgou seu estatuto e obrigou o São Paulo a alterar o acordo com a Prefeitura. Da exclusividade, passou a ter somente a preferência de uso, além da possibilidade de lá executar seus treinamentos. Os outros poderiam também utilizá-lo, mas somente se nenhum compromisso oficial do Tricolor estivesse agendado para o mesmo dia.
Não importando com que status o São Paulo o tenha utilizado, o Pacaembu foi verdadeiramente um templo são-paulino entre 1940 e 1960. Nessas duas décadas, sete títulos Paulistas. Cinco deles com o famoso Rolo Compressor, de Leônidas, Bauer, Sastre e tantos outros. Não bastasse, até o Expressinho, o time de aspirantes, nele se consagrou com um pentacampeonato estadual consecutivo.
Foi naquele gramado que o São Paulo aplicou a maior goleada de sua história, 12 a 1 no Jabaquara, em 14 de julho de 1945 (outra pelo mesmo placar ocorreu em 1933). Nele também goleou o Santos por duas vezes, em um mesmo dia (18/06/1944), por incríveis 23 a 1 – 9 a 1 no jogo principal e 14 a 0 (!) na partida de aspirantes.
Ao todo, até a inauguração do Morumbi: 630 partidas, 372 vitórias, 125 empates, 133 derrotas. 1560 gols marcados, 845 gols sofridos. Uma campanha de 65,66% de aproveitamento, com média de 2,48 gols marcados, contra 1,34 de gols sofridos.
Foi assim a Era Tricolor no Estádio Municipal, que de tempos em tempos O Mais Querido, ali batizado, voltaria a rever. Como quando, já prestes a concluir o Estádio do Morumbi, foi sondado pela Prefeitura Municipal com a proposta de trocar sua recente construção pelo Estádio Paulo Machado de Carvalho…
Mas, como profetizou Laudo Natel: “O sonho do são-paulino não cabe no estádio do Pacaembu”.
Fonte:
http://www.saopaulofc.net/spfcpedia/a-historia-do-spfc/reinicio/