Salve, salve nação tricolor.
O post hoje é para debater um tema que vem sendo banalizado nesses tempos de redes sociais e confronto de gerações, afinal torcemos para um clube que chegou ao topo do mundo no início da década de 1990 e hoje tenta voltar a figurar entre os maiores do país; estou falando de ídolos.
Ídolo, substantivo masculino: “imagem que representa uma divindade e que se adora como se fosse a própria divindade. ”, ou no sentido figurado: “pessoa ou coisa intensamente admirada, que é objeto de veneração”.
Temos que partir do princípio de que falamos de um conceito subjetivo, logo é possível que alguém veja em Raí um ídolo e outro entenda que Luciano está no mesmo patamar: é igualmente ídolo.
Outra coisa que precisamos levar em conta é que no futebol o campeão e o herói as vezes é entendido como ídolo, afinal ele ganhou um título ou fez o gol que definiu o título…
Logo, falando de um clube como o São Paulo que ganhou tantos títulos teríamos uma galeria quase interminável de ídolos concorda?
Pois bem, para continuar essa reflexão cheguei ao seguinte significado para ídolo no futebol: um profissional que quando com a camisa do clube: fez história, deixou sua marca e que o torcedor sentia orgulho de ter esse atleta defendendo esse clube.
Considerando essas três qualidades vou propor uma lista de 10 ídolos e explicar porque eu os entendo como merecedores de serem chamados assim na história do São Paulo Futebol Clube.
O São Paulo não era a referência que é hoje, os rivais eram mais fortes, mas dois personagens marcaram seu nome na história do clube com títulos e importância, e porque não dizer, ajudaram a transformar o São Paulo em um time grande.
Arthur Friedenreich
“Friedenreich foi o Pelé dos anos 20. Em 1930, com a extinção do futebol do Paulistano, passou para o São Paulo, dando importante contribuição para a conquista do título paulista de 31, mesmo com 39 anos de idade. Atuou diversas vezes na Seleção Brasileira, tendo sido campeão sul-americano em 1919 e artilheiro do campeonato. Marcou 1329 gols nos seus 26 anos de futebol. Foi nove vezes artilheiro do Campeonato Paulista. Moreno dos olhos verdes e cabelos carapinha (filho de alemão com mulata), sua agilidade era tanta que os uruguaios e argentinos, reis do futebol naquela época, o apelidaram de El Tigre. ”
Leônidas da Silva
“Era considerado, quase por unanimidade, o melhor jogador do mundo dos anos 30 e 40. O São Paulo o comprou do Flamengo, na transação mais cara da história do futebol sul-americano até então, no valor de 200 contos de réis. Por ter passado um período em baixa, naquela época, corintianos e palmeirenses falavam que o Tricolor tinha comprado um bonde por 200 contos. Sua contratação, entretanto, pode ser considerada marco da consolidação do SPFC como time grande. Com Leônidas como estrela maior, o time ganhou cinco campeonatos paulistas em sete anos. Era tão bom que se credita a ele a invenção da bicicleta. Tinha apelidos auto-explicativos, como Homem de Borracha e Diamante Negro. Disputou pelo Brasil as Copas de 34 e 38. Foi o artilheiro desta última com 7 gols. ”
Os personagens a seguir ajudaram o São Paulo a mudar de patamar, de um time grande o tricolor do Morumbi passaria a ser uma referência para o país e um dos maiores times do mundo, ali nascia o Campeão do Mundo.
Zetti
Zetti foi o melhor goleiro que vi com a camisa do São Paulo.
“Integrou a seleção Brasileira campeã Mundial na Copa de 94. Quando veio do Palmeiras, em 90, era um goleiro comum. Quase ninguém previa que ele iria se consagrar no SPFC, como acabou ocorrendo. ”
Raí
O terror do Morumbi, a meu ver, divide com Ceni o posto de maior ídolo da história do Clube.
“Veio do Botafogo de Ribeirão Preto em 87 e demorou pouco para brilhar. Tinha o estigma de jogador lento. Tornou-se o capitão e virou uma espécie de símbolo do time que ganhou quase tudo em 91, 92 e 93. Raí jogou na França e voltou ao tricolor em 1998 para encerrar sua carreira em 2000. ”
Telê Santana
O Mestre, maior de todos.
“Este espaço é pouco para descrever tudo o que este grande técnico fez pelo clube. Telê teve duas passagens pelo Tricolor (1973 e 1990-1996), e é o técnico mais vencedor da história são-paulina. Ao todo foram dez títulos oficiais conquistados, incluindo os bicampeonatos da Taça Libertadores da América e do Mundial Interclubes, que elevaram o nome do São Paulo FC a um patamar nunca antes atingido. Eterno ídolo da torcida, que até hoje canta seu nome nos jogos do time, sua marca registrada era a disciplina imposta a seus comandados. Tudo em prol da perfeição técnica, alcançada mediante treinamento constante e rigidez de conduta. ”
Após as conquistas da Era Telê o gigante passou um tempo adormecido, mas voltaria a protagonizar no país, os personagens abaixo participaram do grupo que fizeram com que o São Paulo fosse chamado de Soberano.
Diego Lugano
Tinha pouca técnica, mas sua raça marcou uma geração e um estilo de jogo.
“Desconhecido, sua contratação não fora aprovada pelo então técnico, Oswaldo de Oliveira, passando a ser conhecido como “O Jogador do Presidente”. Aos poucos, jogando com uma grande vontade e espírito de luta, Lugano conquistou a torcida são-paulina. ”
Rogério Ceni
Quando tinha uma falta a gente via como pênalti e pênalti já comemorávamos como gol, junto com Raí o maior de todos.
“Maior goleiro artilheiro do mundo, atleta exemplar, campeão mundial com a Seleção Brasileira, bicampeão mundial e da Libertadores, tricampeão brasileiro, capitão e líder incondicional do esquadrão tricolor, Rogério Ceni é a síntese do espírito são-paulino: competente, exigente, obstinado e vencedor.
O M1TO são-paulino deixou os gramados em 11 de dezembro de 2015, em uma noite memorável, mas está eternizado não apenas na história do São Paulo Futebol Clube, mas nos corações dos milhões de torcedores que acompanharam seus 25 anos de dedicação pelo clube. Uma trajetória que começou em 1990, aos 17 anos, nas categorias de base do Tricolor, e logo extrapolou os limites do Morumbi para bater marcas planetárias.
Para muitos o maior ídolo são-paulino de todos os tempos, o colecionador de recordes permeia mais de um quarto da história do São Paulo Futebol Clube. Capitão de tantas glórias, levantou nesse período mais taças do que clubes em toda uma existência.
Goleiro. Artilheiro. M1TO. São-Paulino. ”
Muricy Ramalho
Depois de Telê o maior e melhor.
“Prata da casa, Muricy foi auxiliar de Telê Santana nos anos 90. Em 1994 comandou o Expressinho, campeão da Copa Conmebol daquele ano. Com o afastamento do Mestre assumiu o time principal, sendo campeão da Copa Master Conmebol de 1996. Saiu em 1997, retornando 9 anos depois para levar o São Paulo FC a um feito inédito na história do clube – um tricampeonato seguido, com um sabor todo especial por ser um Tricampeonato Brasileiro (2006, 2007 e 2008). Com campanhas épicas, variando de conquistas seguras obtidas com várias rodadas de antecipação à façanha de vencer um campeonato após matemáticos lançarem apenas 1% de chances de triunfo. Retornou ao clube nos braços da torcida em setembro de 2013, quando o time estava entre os piores colocados do Campeonato Brasileiro. Afastou o risco de rebaixamento no torneio nacional e levou o time à semifinal da Copa Sul-americana. Em 2014, comandou a equipe no vice-campeonato do Brasileiro. Afastou-se em abril de 2015 por problemas de saúde. ”
Hernanes
Além dos títulos, foi fundamental para salvar o time da série B.
“Formado nas categorias de base do clube, o polivalente Hernanes atuou em várias posições em sua carreira, de lateral a atacante. No time principal do Tricolor, após começar jogando à beira do campo, foi encaixado na região central, como volante, por Muricy Ramalho. Seu desempenho rendeu ao São Paulo a conquista de dois Campeonatos Brasileiros. Ao jogador, convocações a Seleção Brasileira e a camisa nº 10 do Tricolor. Em 2010 transferiu-se para a Lazio, na Itália, onde também se tornou um dos principais jogadores da equipe. ”
O último personagem dessa lista eu considero ídolo, não por conquistas, mas pelo que representou: em um período de baixa em conquistas dava ao torcedor orgulho pelo que representava no campo.
Luís Fabiano
Vi vários melhores, mas o Fabuloso representava o que sentia o torcedor.
“Goleador. Luís Fabiano é a definição exata da palavra, pois é 3º maior artilheiro da história do São Paulo, com 212 gols. Deixou o clube em 2004, mas retornou brevemente ao Morumbi com a Seleção Brasileira, em 2007, quando foi decisivo e comemorou os gols da vitória do Brasil sobre o Uruguai no emblema são-paulino! Recontratado em 2011, com uma festa inesquecível no estádio do Tricolor, Luis Fabiano continou a marcar muitos gols, fato que o levou a assumir a artilharia máxima do clube em vários critérios, como jogos de Campeonato Brasileiro (108 gols), de Libertadores (14), em jogos internacionais (21), de mata-mata (52) e em jogos contra os grandes clubes do Brasil (77). Em 2015, se despediu dos são-paulinos com gol (claro) e lágrimas sobre o escudo do Tricolor no Morumbi. ”
Lembrando que o entendimento sobre ídolo é subjetivo, na minha visão tem vários outros que se inserem nesse contexto, mas entendo que ídolo é diferente de bons jogadores, como Muller por exemplo um dos melhores que vi na posição; Heróis como Careca e Nestor que fizeram gols importantes para conquistas ou campeões como Jadson, Pablo e tantos outros que ganharam títulos com nossa camisa; entendo que um ídolo é mais do que isso.
E para você, quais os maiores ídolos da história do São Paulo?
Um abraço a todos,
Fiquem bem.
Guine