Com adiamento da votação, projeto da cobertura do Morumbi corre risco

Acervo SPFC

Assessor de Juvenal Juvêncio diz que investidores ficaram com péssima imagem do clube pelo ocorreu segunda, e que teme que alguma desista de participar do fundo

Maquete cobertura Morumbi (Foto: Léo Bianchi / TV Globo)

O projeto da construção da cobertura do estádio do Morumbi corre risco de não seguir adiante. Depois da votação de ratificação do contrato ter sido boicotada pela oposição, que não entrou no salão nobre do estádio do Morumbi, na última segunda-feira, o clube vai conversar novamente com os investidores para encontrar uma solução. Segundo o assessor da presidência, José Francisco Manssur, o fato deixou uma péssima impressão.

– Todos os investidores estavam na reunião e foram embora sem ao menos conseguirem explicar o projeto. Isso repercute muito mal. Sinceramente, não sei qual será o próximo passo. Vamos conversar com eles (investidores) novamente e discutir o assunto. Mas, hoje, falar que o projeto da cobertura não corre risco seria enganar o torcedor do São Paulo – afirmou Manssur, em conversa com a reportaem do GloboEsporte.com.

Para que a reunião fosse validada, eram necessários 177 conselheiros presentes. Mas a oposição ficou do lado de fora e somente 125 assinaram a ata, o que inviabilizou a votação. Manssur lamenta a postura do grupo comandado por Kalil Rocha Abdalla e Marco Aurélio Cunha, líderes da oposição.

– Foi algo inédito e muito ruim na história do São Paulo. Eles negaram o seu papel. São conselheiros, devem ouvir e depois votar sim ou não. Não quiseram nem fazer isso. Pior: quando foi definido que a votação não seria realizada, o presidente do Conselho (José Carlos Ferreira Alves) disse que a reunião seria apenas para que as dúvidas fossem sanadas. Nem assim quiseram participar. Como havia alto-falante para o lado de fora do salão nobre, eles podiam escutar tudo, mas preferiram ir embora do local – lamentou.

Manssur, que é advogado do presidente tricolor, Juvenal Juvêncio, disse que a oposição sinalizou que aceita se reunir para discutir o assunto em janeiro. Mesmo assim, está muito preocupado.

– Todos os investidores definem seus investimentos no final do ano. Se alguém perceber que aqui vai demorar, eles podem tirar o valor para colocar em outro lugar. Por isso, falo que a obra corre risco. Agora vamos voltar a conversar sobre o assunto e ver o que acontece. A oposição mostrou que aceita conversar – ressaltou.

O fundo formado para a reforma pretende captar R$ 408 milhões para a reforma do Morumbi.

Oposição divulga nota oficial

Para os conselheiros vitalícios e eleitos que integram a chapa “SPFC Forte”, a modernização do Morumbi é a obra mais importante da história do clube desde a inauguração do estádio. No entanto, alegam que não participaram da votação porque não tiveram acesso à integra do contrato.

O grupo divulgou nota oficial explicando sua posição:

“O #SPFCforte vem esclarecer aos sócios e torcedores os motivos que levaram o grupo a se abster da votação no Conselho Deliberativo, para aprovação da obra de cobertura do Estádio do Morumbi. Entendemos que a obra referida é a mais importante da história do clube desde a inauguração do Estádio e, por isso, merece total atenção para não seguirmos os recentes exemplos de desgaste na relação entre clube e construtora.

O #SPFCforte, formado por conselheiros vitalícios e eleitos, reconhece que essa é uma obra de suma importância para equiparar o Estádio às arenas modernas que virão. Nosso ponto divergente tem total relação a um dos princípios que seguimos: a transparência. Os conselheiros não tiveram acesso a algumas cláusulas de um contrato longo, dividido em quatro partes com mais de 1.200 páginas. Nosso candidato à presidência, Kalil Rocha Abdalla, solicitou por diversas vezes que o contrato fosse disponibilizado em sua totalidade, mas os situacionistas nos privaram desse direito, que por sua vez é soberano estatutariamente.  Nosso corpo jurídico não teve acesso as tais “cláusulas de confidencialidade”, denominada assim pela situação, nem mesmo o Dr. Kalil Rocha Abdalla, ex-diretor jurídico do clube.

O que o grupo #SPFCforte fez foi se abster de votar porque o contrato não foi submetido ao Conselho Deliberativo. Basta verificar todas as atas para ver que não houve aprovação do Conselho Consultivo.  Queremos um São Paulo forte, pra isso temos que retomar a relevância, a autonomia e a soberania do Conselho Deliberativo nas discussões de interesse do clube”

Fonte: Globo.com

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