Há 20 anos, Tricolor conquistava o Bi-Mundial

Acervo SPFC

Há exatos 20 anos, no dia 12 de dezembro de 1993, o São Paulo Futebol Clube era bicampeão mundial! Naquele ano, um dos mais vitoriosos da história do clube, os comandados do Mestre Telê Santana conquistaram a Libertadores da América, a Recopa Sul-Americana e a Supercopa da Libertadores. Fato e feito jamais igualados.

O adversário era o quase mitológico Milan, uma das grandes sensações nos anos 90. O Tricolor bateu os italianos por 3 a 2 e ergueu a sua segunda taça do torneio. Palhinha, Toninho Cerezo e Müller marcaram os gols são-paulinos em Tóquio. A partida, em verdade, deveria ter sido realizada contra o Olympique de Marseille, mas o clube francês foi punido por um caso de corrupção.

Assim, o Milan, vice-campeão europeu – mas na realidade a maior potência do futebol naquele momento no Velho Continente -, encarou o time são-paulino. Assim como acontecera com o Barcelona, em 1992, o Tricolor partiu para cima do adversário com técnica e tática primorosas, e trouxe mais uma conquista para a sua torcida.

O zagueiro Ronaldão, logo após o apito final contra os italianos, exprimiu o sentimento dos jogadores do São Paulo: “Ano passado, o supertime era o Barcelona. Este ano, o supertime era o Milan. Agora eu pergunto, se eles eram supertimes, o que é o São Paulo, afinal?”, questionou.

O JOGO

Meio-dia no horário local (meia-noite no Brasil), a bola rolou. A pressão inicial foi implacável, os rossoneri começaram melhor o jogo. Aos 13′, acertaram o travessão e Zetti defendeu o rebote quase por sorte ou instinto. Somente aos 19′ o São Paulo teve a primeira chance – abençoada chance -, em contra-ataque. Bastou.

André Luiz, marcado por dois, acertou um lançamento para Cafu no outro lado campo. A bola quicou, se amaciou na medida certa e então o lateral, de prima, a cruzou para a área onde lá encontrou os pés do camisa 10, Palhinha, que a chutou para o fundo do gol. Foi aberto o placar, 1 x 0 São Paulo!

Os milanistas somente reagiram no segundo tempo. Aos 3′, empataram com Massaro. Sem mudar o padrão de jogo, o Tricolor novamente contra-atacou. 14′, Palhinha encontrou Leonardo livre pela esquerda, que driblou e tocou para Cerezo, dentro da pequena área, concluir. 2×1, Tricolor!

No desespero, a equipe italiana partiu para as jogadas áreas. Com 36′ do segundo tempo, assim conseguiram o empate. Lástima? Tudo levava a crer que a decisão ocorreria na prorrogação. O time que jogou quase 100 partidas no ano suportaria?

A resposta veio aos 41′ em forma de prova definitiva de que, se existe uma força maior no universo, ela era São Paulo Futebol Clube naquele dia. Müller, em jogada despretensiosa, ao saltar para escapar de um choque contra o goleiro, tocou de calcanhar a bola rebatida para o gol! São Paulo 3 x 2!

12.12.1993
Tóquio (Japão)
Estádio Nacional de Tóquio
Associazione Calcio MILAN 2 X 3 SÃO PAULO Futebol Clube

ACM: Rossi; Panucci, Baresi, Costacurta e Maldini; Albertini (Orlando, 34’/2), Desailly e Donadoni; Massaro, Papin e Raducioiu (Tassotti, 34’/2). Técnico: Fabio Capello.
Gols: Massaro, 3’/2; Papin, 35’/2

SPFC: Zetti; Cafu, Válber, Ronaldão e André Luiz; Doriva, Dinho, Toninho Cerezo (capitão) e Leonardo; Palhinha (Juninho, 19’/2) e Müller.Técnico: Telê Santana.
Gols: Palhinha, 19’/1; Toninho Cerezo, 14’/2; Müller, 41’/2

Árbitro: Joël Quinou (França)
Assistente 1: Park Hae Yong (Coréia do Sul)
Assistente 2: Yamaguchi Morihisa (Japão)
Público: 52.275 pagantes

Fonte: São Paulo F.C.

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