Torcedor Tricolor on The Rock
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Hoje vamos dar um tempo nas análises do dia a dia de nosso tricolor e vamos fazer uma viagem no tempo, mais precisamente há 24 anos no dia 17.06.1992, onde a América se rendia ao futebol do mais querido, depois de disputar três vezes a Libertadores, o São Paulo ganhava a competição intercontinental pela primeira vez.
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O São Paulo começou a ganhar a Libertadores em 1.990 quando contratou Telê Santana, o maior técnico que já passou pela história do tricolor, com uma injusta fama de pé frio onde este colunista assistiu uma das derrotas mais doloridas da Seleção Brasileira, os 3×2 contra a Itália, ali o futebol bonito, ofensivo de toque de bola da Seleção Brasileira ficou no meio do caminho contra a Itália.
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Depois de perder a copa de 1986 nos pênaltis contra a França, novamente Telê estava trabalhando em clubes e ai dirigiu: Atlético Mineiro, Flamengo, Fluminense e Palmeiras; chegou ao São Paulo em Outubro de 1990, conseguindo o Vice Campeonato Brasileiro, o São Paulo tinha uma nova geração de jogadores muito destacada: Antonio Carlos Zago, Cafu, Elivelton e Leonardo, além do talento de Rai.
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Os títulos vieram em 1.991 com a conquista do Brasileirão e do Paulistão e cada vez mais o elenco estava sendo fortalecido, chegamos a Libertadores em 1.992 e o São Paulo estreou num grupo onde tinha: Criciuma, e os Bolivianos San Jose e Bolivar, o Criciuma era dirigido por Levir Culpi e deu muito trabalho ao São Paulo, logo na primeira partida meteu 3×0 no tricolor, tanto na primeira fase contra o São Paulo, como nas quartas de final, o Criciúma foi um adversário duro, depois com os resultados de 3×0 contra o San José, o empate de 1×1 contra o Bolivar, a goleada de 4×0 contra o Criciúma, mais o empate de 1×1 contra o San Jose e a vitória de 2×0 contra o Bolivar, o São Paulo se classificava em segundo lugar.
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Na segunda fase, o São Paulo passou fácil contra o Nacional do Uruguai pelos placares de 1×0 no Uruguai e 2×0 no Morumbi, nas quartas de final o São Paulo enfrentou novamente o Criciúma onde ganhou dentro do Morumbi e empatou em Criciúma por 1×1, notem que como se classificou em segundo lugar o São Paulo depois do jogo contra o Criciúma, sempre decidiu fora de casa, o que tornou este título da Libertadores ainda mais significativo,a geração de Telê Santana praticava um futebol Moderno,significativo e o toque de bola de Rai, um verdadeiro maestro no meio campo tricolor ditava o ritmo vencedor do time campeão da Libertadores,chegamos as semi finais ai o adversário foi o Barcelona de Guayaquil do Equador, o São Paulo construiu o seu placar em casa com uma vitória maiuscula de 3×0,no Equador enfrentando a altitude do Equador, o São Paulo perdeu por 2×0,numa falha incrível do goleiro Zetti mesmo assim a classificação as finais estava garantida a base de muito sufoco.
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Chegamos a grande final onde o nosso adversário foram os Argentinos do Newells Old Boys dirigidos por Marcelo “El Loco” Bielsa e o São Paulo de: Zetti, Cafu, um ponta direita que vingou para sempre na Lateral Direita, Antonio Carlos, Ronaldão e Ivan, Adilson Batista, Pintado, Rai e Palhinha, Muller (Macedo) e Elivelton, seguramente um dos maiores times que vi jogar com a camisa tricolor perdeu sua primeira partida em Buenos Aires, com um gol de Berizzo de pênalti,aos 39 minutos do primeiro tempo.
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Na decisão do Morumbi estiveram presentes 105.185 pagantes, um número que a época foi oficial mas o Morumbi teve muito mais gente naquela noite de glórias, desde 1983, quando o Grêmio de Waldir Espinosa foi campeão nenhum clube brasileiro ganhava um título, jogando de uma forma tensa em campo, o São Paulo foi pra cima dos Argentinos, mas o gol parecia não entrar nunca!
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Tensão do torcedor e minha diante da TV sintonizada na inacreditável Rede OM e na narração de Galvão Bueno, que depois virou a obscura CNT, e uma bola na trave do Newells assustou Zetti, do lado tricolor o maestro Rai, colocou uma bola na trave no gol de Scoponi, vamos para o segundo tempo e novamente o São Paulo ataca,finalmente aos 20 minutos Cafu sofre pênalti, explosão no templo sagrado, com um gol do fantástico Rai.
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Com o placar de 1×0 os dois times não se arriscaram mais e levaram o jogo para as penalidades máximas, o Newells começou as cobranças com uma bola na trave de Berizzo, novamente o capitão tricolor Raí converte mais uma penalidade, os Argentinos converteram sua segunda cobrança com Zamora, o São Paulo fez novamente com Ivan, após o time Argentino fazer o seu, chegou a vez de Ronaldão perder e o placar ficou empatado em 2×2.
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Mendoza chuta para o alto,chutando na Argentina e a sorte parecia que estava virada para o tricolor,Cafu então converte a quarta penalidade,última cobrança de Gamboa para o time argentino mas ai deixo Galvão Bueno contar esta história para mim.
https://www.youtube.com/watch?v=LysV5_N5ojw
Tricolor Campeão da Libertadores pela primeira vez, poucos meses depois esta história de sucesso iria se repetir desta vez contra o Barcelona na excepcional vitória de 2×1 e no título também histórico do Paulistão, pra mim, um jovem de 19 anos a época foi uma emoção incrível, inenarrável, ainda me arrepio toda vez que vejo este vídeo.
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Fica aqui o tributo desta coluna a esta geração vencedora, a geração que fez com que muitos passassem a torcer por este time vencedor, depois Telê ainda levaria o time a ser bi campeão da Libertadores e bi mundial, um título que ficou para a história, que esta história possa ser escrita novamente pelo vencedor Argentino Edgardo Bauza nesta Libertadores de 2016, antes de mais nada sempre é preciso dizer: Obrigado Telê por tantos títulos, por fazer história que esta semana esta coluna recordou e faz questão de homenagear.
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Grande Abraço a Todos!
Até a Semana Que Vem!
Eu era só uma criança, Raí era meu ídolo, tinha bicho de estimação chamado Raí, no futebol solitário no quintal de casa marcava meus gols e sempre comemorava igual a ele, mesmo no futebol da escola, entre 91 e 92 comecei a entender melhor o jogo, já estava na escolinha de futebol. Me lembro do dia em que ganhamos o Brasileiro em 91, meu pai feliz como nunca o vi antes e só veria novamente em 92. Naquela noite, meus amigos tricolores (a maioria na nossa turma por incrível que possa parecer, minha cidade tem muitos Tricolores) e eu nos telefonamos, estávamos tensos, mas eu tinha certeza de que seríamos campeões. Tínhamos combinado de assistirmos juntos, na casa do Ricardinho, mas aconteceu alguma coisa que não rolou a reunião e cada um acabou assistindo em sua casa. Foi uma das noites mais felizes da minha vida. Ouvia os gritos de Campeão! e Zetti!!!! Ecoando pelo bairro, a cidade é minúscula, com e sua geografia permite que gritos ecoem amplamente. Telefone tocava e eram os irmãos Caiuby e Guaracy gritando:É Campeão!! No dia seguinte, no ponto de ônibus, meus amigos e eu ainda festejávamos, antes de entrarmos no “Trovão Azul”, busão velho que era usado como circular na cidade, era passe livre, aliás, é até hoje passe livre para todos! (amo essa cidade! hahaha). Que bom lembrança. Que bom ter isso na memória. Que bom ser sãopaulino!
Forte abraço, Fernando! Obrigado!!