Salve nação das três cores,
O ano de 2013, que foi um dos piores da história do Maior do Mundo, acabou e 2014 vêm aí. Apesar do ano ruim e da expectativa de muitos, o tricolor não vai disputar a série B; terminamos o ano em 9º no Brasileirão e fomos eliminados na semifinal da Sul-Americana.
O Tricolor On The Rock entrevista, fez uma lista de dez perguntas aos são-paulinos que mais se destacam nas redes sociais para que você possa conhecer a opinião deles e comparar: Hoje o tricolor Victor David que é colunista do Tricolor On The Rock vai nos dizer como seria para ele o “Meu tricolor em 2014”.
TOTR: Quem foi o grande responsável pelo péssimo ano do Tricolor e por quê?
Victor: Acho que não se pode apontar um grande responsável pelo péssimo desempenho do São Paulo na temporada de 2013. A responsabilidade fica dividida: a diretoria demonstra não ter convicção de suas escolhas, tanto que cansamos de ver jogadores que chegam badalados ao São Paulo e, antes mesmo de completarem um ano de clube, são negociados (em 2013, por exemplo, isso aconteceu com o atacante Wallyson), sem contar a demora para demitir o Ney Franco, que ficou no comando da equipe durante a parada para a disputa da Copa das Confederações e caiu após um jogo no retorno das atividades do time. Talvez se um novo treinador tivesse sido contratado durante a parada do Brasileirão, nosso destino na temporada fosse diferente. Por sua vez, a diretoria acusou alguns jogadores de não se comportarem devidamente, exagerando nas noitadas, situação que, apesar de não comprovada, analisando o desempenho da equipe, não é difícil imaginar que realmente tenha acontecido. Por fim, o Ney Franco foi outro culpado pelo nosso fraco desempenho, perdeu a confiança dos jogadores quando decidiu criticar alguns atletas publicamente e jogou fora metade da nossa temporada.
TOTR: Para muitos Muricy foi o grande salvador do tricolor em 2013, você concorda? Qual a nota que você daria para o treinador em 2013?
Victor: Muricy foi sem dúvida o principal responsável pela melhora do time em 2013, nos salvou de um cenário que parecia trágico. Além disso, sob seu comando, nosso grande craque na linha, Paulo Henrique Ganso, que já havia apresentado um futebol mais convincente com Paulo Autuori, virou de vez o “cara que chama a responsabilidade para si” e foi fundamental na recuperação do São Paulo no Brasileirão. Por ter feito um trabalho tão bom com um time muito limitado, o Muricy merece um 9, só não tira nota máxima porque faltou o título da Sul-Americana.
TOTR: Rogério Ceni renovou. Como você avalia a renovação para ele, para o clube, para a torcida e para a diretoria? Quem ganhou mais com isso?
Victor: A renovação do Rogério foi a melhor notícia da temporada e o São Paulo é o maior beneficiado com isso, pois além de poder contar por pelo menos mais uma temporada com seu maior líder no elenco, terá um goleiro excepcional defendendo o clube, sem a necessidade de contratar. Além disso, o Rogério é peça fundamental para o marketing do clube. Para o próprio Rogério a renovação foi interessante porque ele terá mais uma oportunidade de se aposentar em um ano bom do Tricolor, pois ele não merecia deixar o futebol após uma temporada tão ruim. A expectativa para 2014 não é das melhores no São Paulo, mas ao menos teremos o Muricy no comando desde o início da temporada, o quê nos dá esperança de que o time terá um desempenho melhor. A torcida, por sua vez, terá a chance de ver seu maior ídolo por mais tempo nos gramados. Ninguém representa mais o torcedor dentro de campo do que o Rogério. Por fim, a diretoria se beneficiou porque usou a renovação do M1TO como vitória política e, teoricamente, se fortaleceu para a eleição de abril.
TOTR: Até o momento a diretoria contratou apenas um reforço: Luís Ricardo, como você avalia essa contratação?
Victor: Considero o Luís Ricardo um bom jogador, capaz de garantir a titularidade no São Paulo. Contratar um lateral-direito era mais do que obrigação da diretoria, não podemos ficar reféns de um jogador por posição, ainda mais quando o atleta (Douglas) não é um craque. A grande dúvida é se o Luís Ricardo conseguirá render no Tricolor o quê rendia na Lusa, pois são realidades totalmente diferentes.
TOTR: Como você avalia essa passagem do Fabuloso pelo tricolor? Você acha que ele deve permanecer no clube em 2014?
Victor: Se analisarmos a contrataçãodo Luís Fabiano apenas no quesito futebol, acredito que a opinião de muitas pessoas, compartilhada por mim, é de que o centroavante badalado não está correspondendo à expectativa. Expulsões infantis e inúmeras contusões fizeram com que ele ficasse de fora de quase todos os jogos decisivos desde que retornou ao clube. Acredito que se for ficar para 2014, deve ter um concorrente à altura e, acho até que em atitude prudente, topar reduzir o salário. No fim de 2013 o Luís Fabiano chegou a perder a titularidade para o Aloísio e agora nem o Boi Bandido nós temos mais…
TOTR: Em 2013 medalhões como Jadson, Lúcio e Luís Fabiano decepcionaram enquanto “guerreiros” como Rodrigo Caio e Aloísio decidiram na hora “H” e ajudaram a salvar o tricolor do rebaixamento, analisando nosso elenco, precisamos hoje contratar medalhões ou “guerreiros”?
Victor: Precisamos encontrar o equilíbrio entre medalhões e guerreiros. Vejo o Cruzeiro como um bom exemplo: o clube só contratava medalhões e não alcançava os resultados esperados. Em 2013, conseguiu a mescla perfeita, trouxe Júlio Baptista e Dagoberto e juntou ao grupo jovens guerreiros, como Everton Ribeiro e Willian. Não se pode dizer que a diretoria errou ao contratar Luís Fabiano e Lúcio, a torcida comemorou a chegada desses jogadores, mas quando a fase é ruim, até contratação que parece um grande negócio vira mico. Precisamos na verdade ter concorrência forte na briga por titularidade em todas as posições e hoje estamos longe disso…
TOTR: Quais as principais carências do elenco tricolor?
Victor: Somos carentes em todos os setores, até no gol: O Renan Ribeiro nunca teve a oportunidade de jogar e o Denis é fraco, quando teve a chance de atuar em metade de uma temporada, em 2012, não deu conta do recado. Precisamos de pelo menos mais dois zagueiros, um lateral-direito, um lateral-esquerdo que venha pra ser titular (não o Fabrício, do Internacional) dois volantes, dois meio-campistas ofensivos e um ataque completamente novo.
TOTR: Além de todos os problemas internos de 2013, o São Paulo viu seus rivais locais e principalmente nacionais se fortalecerem. Como você analisa a situação do Tricolor nesse cenário?
Victor: Atualmente é inegável que estamos atrás da concorrência. O cenário só mudará com a renovação da diretoria, enquanto novas ideias não surgirem do topo da pirâmide hierárquica ficaremos na mesma. O São Paulo sempre foi o clube que inova, que é copiado pelos demais, sempre chegava na frente na hora de contratar, precisamos voltar a ser esse clube.
TOTR: 2014 é ano de eleição no maior do mundo, pelo que você viu e ouviu até agora quais as principais diferenças entre os candidatos, em que se diferenciam do criticado Juvenal e qual seria o melhor para o clube?
Victor: O cenário político do Tricolor não é nada animador, não coloco a mão no fogo por nenhum dos dois candidatos na eleição de abril, mas vejo no Kalil, até por ser candidato da oposição, insatisfeito com a gestão do Juvenal, mais sede por vitórias. Imagino que se ele assumisse a presidência, seria ao menos mais ousado nas contratações e tentaria mostrar resultados imediatos, além disso, tem o apoio do Marco Aurélio Cunha, que acho um cara superinteligente, com bons projetos desde a época em que fazia parte da diretoria. O Aidar, pelo que ouço e leio, foi um grande presidente na época em que esteve no comando do Tricolor, mas, embora ninguém pense exatamente igual, acredito que teria a mesma linha de raciocínio do Juvenal. Para começar, não acredito que teríamos muitas caras novas na diretoria e ter que aguentar por mais alguns anos os dirigentes que estão no comando atualmente seria uma tortura. Diferentes do Juvenal, ambos os candidatos teriam, ao menos a princípio, uma relação melhor com os dirigentes de outros clubes, o quê facilitaria na negociação de jogadores, mas só o tempo dirá se eles são assim tão diferentes do atual mandatário.
TOTR: Por último, quais as sua expectativas em relação ao time para 2014?
Victor: Diante da apatia da diretoria na busca por reforços e da falta de qualidade do time que disputa a Copa São Paulo de Juniores, a expectativa para a nova temporada não é das melhores. Acredito que em especial no Brasileirão, campeonato longo e que exige regularidade durante o ano inteiro, não teremos sucesso. Na melhor das hipóteses o Muricy vai conseguir fazer o time lutar em cada dividida e ganharemos, na base da raça, um torneio mata-mata, como a Copa do Brasil, por exemplo.
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Entrevista por Guine
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