PARA VOLTAR A SER SÃO PAULO, POR JOSÉ LUIZ LOUREIRO

Acervo SPFC

 

No final de 2013, após o até então pior ano da história do SPFC, o Tricolor On The Rock fez uma série de entrevistas com os são-paulinos mais influentes segundo nossa e equipe. Essa série se chamou: “Meu Tricolor em 2014″.

Pois bem, estamos aqui mais uma vez, após um ano em que mais uma vez o clube esteve perto de cair para a série B e a única coisa que o torcedor tricolor pode “comemorar” é o famoso: Time Grande Não Cai. Mais uma vez vamos fazer uma série de entrevistas, mais uma vez vamos convocar os tricolores para debater nosso SPFC em busca de sugestões de quem ama o clube. E alguém ama mais que o torcedor? Não.

O entrevistado de hoje é nosso colunista Zé Luíz, vamos às perguntas:

TOTR: Quem foi o grande responsável pelo péssimo ano do Tricolor e por quê?

Zé Luíz: O fácil é culpar o Presidente Leco. Que obviamente já era conhecido por fazer parte de um grupo político que desmontou a estrutura vencedora do SPFC. Mas Leco não tomou o poder sozinho. JJ era um ser político hábil e colocou quase todas as correntes no poder, que se fecharam em torno de seu nome e lhe concederam, inclusive, um terceiro mandato. A falta de uma liderança confiável, com projeto e apoio também levaram Leco a Presidência. A falta de ideias, de gestão e principalmente de projeto, foi o responsável pela fase ruim.

TOTR: Qual o principal motivo para o SPFC estar nessa situação? Elenco caro, bons treinadores, mas que; desde 2013 com exceção ao bom trabalho de 2014, vem colecionando fracassos e flertando com a segunda divisão?

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Zé Luíz: O SPFC sofre de hipóxia. Falta oxigenação, novas ideias, novos modelos e não evolui na velocidade dos rivais. Não é a idade avançada dos conselheiros e diretores que são o problema, mas sim a falta de criatividade, de gestão e planejamento do clube.

TOTR: Rogério Ceni iniciou o ano com técnico do SPFC, mas não suportou as eliminações no Paulista, Copa do Brasil, Sul-americana e o Z4 no Brasileiro; você acha que era a hora de Ceni? Como analisa o trabalho dele no comando tricolor?

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Zé Luíz: Eu acho que o sucesso de uma equipe e de seu treinador vem de um tripé formado por Planejamento estratégico da diretoria, comprometimento do elenco e capacidade profissional do técnico. Se a diretoria não cumpre o planejado, vende e compra sem critérios, retiram o técnico do planejamento do elenco já demonstra que esse tripé se quebrou. Ao mesmo tempo quando o atleta não tem seus contratos seguros, salários muito díspares, também complica. Num ambiente assim é difícil avaliar o trabalho do DT.

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Totr: Para alguns torcedores um dos erros da direção é a constante mudança de treinadores, você concorda com essa afirmação? Sobre Dorival, você acha que ele deve ser mantido ou deve sair? Se sair, quem você contrataria?

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Zé Luíz: O Dorival é experiente. Levou um certo tempo para colocar o tripé mencionado acima minimamente funcionando. Em números conseguiu livrar o time do Z4 e se aproximou de um padrão de jogo, que ainda está distante de ser convincente. Mas acredito que trocá-lo neste momento iria ser muito pior. Com a chegada do Raí, mesmo que não cheguem grandes contratações, o nível de comprometimento do elenco pode crescer.

Totr: O elenco tricolor está entre os mais caros do país e conseguiu apenas a 13ª campanha no Brasileiro além de eliminações no Paulista, Copa do Brasil e Sul-americana; levando em conta que times com orçamentos mais baixos conseguiram resultados importantes, qual você acha que deveria ser a política do São Paulo? Salários altos, jogadores baratos, apostar na base?

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Zé Luíz: Qualquer modelo funciona. Depende da capacidade da diretoria e da propensão do técnico em trabalhar com determinado tipo de elenco. Carille e Zé Ricardo são exemplos positivos, assim como Marcelo Oliveira e Wanderley Luxemburgo tiveram problemas sérios no Coritiba e Sport. No São Paulo creio que o aproveitamento da base, junto a um elenco experiente e treinado por um DT com essa característica pode ser interessante.

Totr: Qual o setor ou setores que em sua opinião nosso time mais precisa de reforços?

Zé Luíz: Lateral Direito, Meia atacante e Centroavante.

Totr: Setores da torcida criticavam muito o trabalho de Pinotti, como você avalia o trabalho dele? Você gostou da troca por Raí?  Qual sua expectativa com relação ao trabalho do ídolo tricolor no comando do futebol?

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Zé Luíz: Sim, gostei. Raí não é ingênuo, nem vai ser fantoche do Leco. Pode demorar um tempo para se familiarizar com a estrutura, mas acredito no seu sucesso ou em sua saída caso seja sabotado. Raí é muito mais importante que Leco no cenário do futebol. Raí tem mais a perder do que Leco, pois a única coisa que Leco tem a perder é o salário que ele mesmo criou. Do resto já perdeu tudo.

TOTR: Existe informações de que a atual administração estaria pagando as dívidas do clube com austeridade e vendendo jogadores, você tem alguma informação nesse sentido? Como você vê essa política? Esse é o caminho certo?

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Zé Luíz: Um São Paulino importante, que infelizmente se esquivou de participar do processo eleitoral do SPFC, o Abílio Diniz, muito educadamente explicava que a transparência desse grupo que infesta o clube desde de 2009, não é nada confiável. Não sei se está sendo pago o passivo. A politica de sucesso no longo prazo, passa por planejamento, entrada de recursos, despesas e investimentos. O São Paulo não é conhecido por Clube da Fá à toa, pois temos sempre que crer, acreditar sem ver e pedir a Deus para que nos salve. Mas uma hora isso acaba.

Totr: Por último, quais as suas expectativas em relação ao time para 2018?

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Zé Luíz: Que Raí e Dorival façam uma parceria produtiva. Que possamos revelar grandes jogadores e que encontremos um modelo de jogo vencedor. Do resto é torcer para que possamos chegar em 2020, na série A do Brasileiro e que não precisaremos ser rebaixados para afastar esse grupo do clube.

 

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