Os principais clubes do mundo não contratam jogadores antes de serem exaustivamente acompanhados por profissionais especializados em análise de desempenho, o famoso scout. Os Cartoleiros, aqui no Brasil, sabem bem o que é scout pois escalam seus times baseados em dados individuais sobre roubos de bola, assistências, passes certos, menos faltoso, etc….
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Com a tecnologia disponível, todos os clubes da série A sabem quantos km seus jogadores percorreram por jogo, o posicionamento individual e tático (zonas de calor) e o esforço de cada um na partida. Os números, as estatísticas não mentem e revelam aqueles que enganam e aqueles se desdobram dentro de campo. Essas análises normalmente são feitas de duas formas: qualitativa e quantitativa.
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A análise qualitativa consiste basicamente em análise de vídeos. Através do vídeo de uma partida é possível entender claramente a dinâmica ocorrida no jogo e o comportamento das equipes, justamente porque pode-se analisar passo-a-passo através das imagens tudo o que aconteceu.
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A análise quantitativa diz respeito aos números. Transforma as ações ocorridas em uma partida em dados estatísticos, de cada jogador individualmente e de seu time. É o chamado “scout técnico”.
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Normalmente os departamentos de análise de desempenho dos clubes, principalmente nos europeus aonde são mais estruturados, são baseados em três pilares principais: análise da própria equipe, análise dos adversários e captação de atletas. Lá, os clubes mantêm pessoas dedicadas exclusivamente a cada uma dessas funções.
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O São Paulo, durante a passagem de Rogério Ceni, fez contratações dentro das normas dos chamados departamentos de scouts, já consagrados na Europa e ainda engatinhando aqui no Brasil. Edimar, Thomaz, Marcinho e Morato foram escolhidos após muita análise de vídeo, das características físicas e táticas.
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O departamento de análise de desempenho do São Paulo contava com dois analistas, mais um cinegrafista e editor de imagem. Os analistas eram Luis Felipe Batista e Raony Thadeu, contratados do Cifut (Centro de Inteligência do Futebol), um departamento de scounting do Corinthians. Não tenho mais informações sobre o trabalho desses profissionais e não sei se ainda continuam no São Paulo.
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Mas os dados e informações apresentadas pelos analistas de scounting não deveriam e nem podem ser a última palavra nas contratações. Os três jogadores mencionados acima não foram muito bem-sucedidos no time e por qual razão? No meu ponto de vista o futebol é um esporte coletivo. Os jogadores cumprem funções múltiplas no jogo, diferentemente do Beisebol, onde as características individuais prevalecem sobre as coletivas.
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Outra questão é o plano tático do técnico e o aproveitamento das características dos jogadores nesse plano. A implantação de um sistema de jogo vitorioso leva tempo, planejamento e principalmente o envolvimento pleno dos atletas, característica subjetiva que scout nenhum vai proporcionar.
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Ou seja, o treinador faz toda a diferença e sabendo encaixar as peças no seu plano tático, apenas 50% do sucesso está garantido. A outra metade virá apenas quando o elenco entender, se comprometer e, principalmente, acreditar no modelo. Isso a tecnologia ainda não disponibiliza.
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@ZeLuiz_SP