São Paulo há tempos vive trocando de técnicos, uma trágica consequência da má fase que nos persegue há anos. A maior parte dessas trocas resulta em uma grande troca de perfil e que faz o time parecer sempre estar em construção. Mas a última troca deixa uma grande pergunta: Qual a diferença entre Dorival e Aguirre?
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Na lata respondo: A filosofia de jogo. Cabe uma explicação. O que seria essa tal filosofia de jogo? Filosofia de jogo é aquilo que também conhecemos como DNA do time. É a diretriz primaria do modo de jogo. Vai além do sistema de jogo, mas ajuda a entender como o time vai defender e como ele vai atacar. Se o time vai valorizar mais o ataque que a defesa. Qual o tipo de ataque irá usar qual defesa.
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Por exemplo, o tão valorizado pela imprensa Corinthians. Desde 2009 a filosofia é de um time defensivo, que se resume em defender em massa, formando linhas que congestionam o jogo, colando 5 triângulos, que permitem que o time não precise de grandes botes e que jogadores medianos apareçam tanto. O time usa sistemas básicos: 4141, usado pelo Bayern de Munique, com um jogo extremamente ofensivo; 4231, usado pelo Manchester City, ainda mais ofensivo e o 424, esquema Galo Louco, que fez fama com um Atlético Mineiro que ganhou quase tudo, fazendo muitos gols e que na teoria seria ofensivo, mas que no time do Carrile é só um número, o Jeito de jogar é o mesmo.
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Dito isso, pensamos nos times de Dorival e Aguirre. Aguirre usou até aqui, 4 sistemas diferentes: 352, 343, 433 e 4141. Dorival usava 2: 4141 e 4231. Aguirre prefere um time mais defensivo, quase num sistema padaria, como diz um amigo meu: Ataca em bolo e defende em massa. Time ataca pouco, mas quando ataca, sobe seus homens em bloco buscando finalizar logo a jogada. Ter a bola não é prioridade do time de Aguirre. Dorival já montava um time mais paciente, que tentava manter a posse e evoluir com ela, sem chuveirinho, sem presa.
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Outro ponto: Aguirre valoriza a entrega defensiva e o agrupamento defensivo em linhas, deixando a bola com o adversário, longe da área e tentando embolar o campo para que a posse seja improdutiva. Dorival não formava linhas fixas. Tentava uma marcação com mais pressão e com jogadores mais designados a marcar, a ideia era roubar rápido e sair em contra-ataque ou segurar a posse. Com isso, não se percebia tanta intensidade no time de Dorival, o que fazia o time parecer mais passivo e previsível.
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Ambos os treinadores sofrem com os mesmos problemas: pouca de velocidade dos homens de ataque, problemas de criação e finalização. Time sai lento da defesa, toca muito sem objetividade e, até cria, mas perde muitos gols. No time do Dorival, tentava-se muito a infiltração com toques, o que facilitava para as defesas nos marcar, pois, o time era lento e impreciso. No time do Aguirre, tentasse a jogada rápida, não importa a forma, por isso tem mais chuveirinho.
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Tem como definir quem é melhor? A minha resposta é não. Com esse pouco tempo e nenhum dos dois mostrando nada a se comemorar, podemos avaliar que há um empate técnico entre os dois, mas como Aguirre ainda está no cargo, é torcer pela historia mostrando ele melhor que seu antecessor.
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