EDITORIAL: SPFC – UMA QUESTÃO DE ESCOLHA.

Acervo SPFC

 

Olá Nação Tricolor

O décimo oitavo lugar na classificação do Campeonato Brasileiro de 2017 revela muito mais do que uma posição na tabela.

É a ponte que liga um passado, no qual se somaram títulos e reconhecimentos a um presente devastador em que se colecionam vergonhas para desespero daquele que genuinamente ama esse clube: o torcedor.

Sun Tzu, certa feita, disse que o verdadeiro objetivo da guerra é a paz. Não vivemos uma guerra entre nações, ideológica ou religiosa. Mas, sim, a percepção que temos é que vivemos uma guerra particular no São Paulo Futebol Clube em que se busca apenas a vitória pessoal.

Resgatarei abaixo trechos de um dos meus editoriais de meados do segundo semestre de 2016 e vejam que o retrocesso foi galopante.

Todo e qualquer setor que possua uma empresa, escritório, associação ou qualquer coisa que o valha, que se destaca, trabalhou e trabalha incessantemente em princípios de governança e sustentabilidade.

Eis que o nosso clube, uma vez referência, finalmente foi colocado junto aos comuns e o que nos assola é que o talento em definitivo se marginalizou nos transformando em um baú de confusões que se debruçam sobre o palanque político do suposto benefício próprio.

O nosso futebol, inovador e vencedor de antes, segue atualmente irreconhecível dentro das quatro linhas. Os responsáveis apontados são sempre os mesmos, treinadores, jogadores, árbitros e até a falta de sorte.

Técnicos trocados repetidas vezes, ídolos desrespeitados, desmanche de um time em meio a um campeonato e um aparente deboche frente ao novo estatuto.

Mas, que clube no Brasil trabalha com planejamento? Já ouvi repetidas vezes essa frase. E em todas elas responderei que não se trata só de planejamento, mas, sim, de seguir requisitos básicos de administração, de conhecer minimamente futebol e mais que isso, de se ter boa intenção institucional. Ou seja, amor ao clube.

Em toda a minha trajetória profissional nunca vi o sucesso vir a curto prazo e ser mantido. E muito menos, uma equipe de gestores amigos, sem currículo, perdurar. É muito simples, não precisa nem desenhar.

A estruturação do nosso elenco é vergonhosa. Um “solteiros x casados” é melhor organizado do que um tricampeão mundial.

Não vemos método de contratação, análise mercadológica, de performance, de saúde. O São Paulo, de um clube que era procurado por atletas ávidos, hoje figura como um rejeitado que corre atrás de refugos, de bichados, acertando cada vez menos e sem querer, em golpes de sorte ilusórios, confusos, caros e novelescos que algum tempo depois mostram um resultado deprimente, vide a saga por Maicon, Buffarini e aqueles que chegaram e integraram a seleção do Departamento Médico.

Não temos uma filosofia tático-técnica, não enxergamos a política de transição das categorias de base ao futebol profissional, não conseguimos formar um time visando continuidade, afinal nos tornamos um balcão de negócios. E por isso, os resultados não acontecem. É um conceito simplista, mas realista. E por que não conseguimos? Porque, não temos gestão.

O querer ser de alguns não leva e não levará o São Paulo Futebol Clube a lugar algum. Quer dizer, sim, levará. Ao lugar em que figuramos hoje.

Há tempo de tomar vergonha na cara, porém cada dia que passa é menos um dia. O que aprendi é que em um cenário de crise, em primeiro lugar se salva a vida. VIDA.

À torcida, cabe continuar, ainda que em franco sofrimento, cobrar conscientemente e torcer com devoção. Nós podemos e devemos, com bom senso, criticar o que cerca o clube. Boicotá-lo ou menosprezá-lo é para os fracos.

Ainda que, parafraseando Maquiavel, a ambição do indivíduo seja tão grande que, para satisfazer uma vontade não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela, sejam homens e auxiliem a preservar a vida do São Paulo.

Temos um novo técnico, que tenha ou não a predileção da torcida, mas que está aí e vai dirigir o time. Cabe a ele trabalhar com os recursos que tem à mão, não insistir em erros pueris, condicionar corpo e mente e fazer esses caras jogarem futebol.

Que os jogadores, alguns limitadíssimos, respeitem essa camisa e que joguem em suas posições oferecendo o seu melhor, visto que não são tão excelentes assim, mas que se forem espertos, pensarão também em suas carreiras e se unirão, afinal, não é bom negócio para ninguém carregar a letra escarlate da série B.

Mais do que pontos, colocações, títulos, etc., o São Paulo perdeu a sua identidade.

Quer retomar o respeito? Então, que se dê ao respeito. Assumir um lado exige renúncias, há perdas, mas também ganhos. É uma questão de escolha.

Eu fecho com o São Paulo e você?

Um beijo e até a próxima,

Pri

Twitter: @priruiz17

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