No final de 2013, após o até então pior ano da história do SPFC, o Tricolor On The Rock fez uma série de entrevistas com os são-paulinos mais influentes segundo nossa e equipe. Essa série se chamou: “Meu Tricolor em 2014″.
Pois bem, estamos aqui mais uma vez, após um ano em que mais uma vez o clube esteve perto de cair para a série B e a única coisa que o torcedor tricolor pode “comemorar” é o famoso: Time Grande Não Cai. Mais uma vez vamos fazer uma série de entrevistas, mais uma vez vamos convocar os tricolores para debater nosso SPFC em busca de sugestões de quem ama o clube. E alguém ama mais que o torcedor? Não.
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A entrevistada de hoje é: Priscila Ruiz, colunista do Tricolor On The Rock, vamos às perguntas:
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TOTR: Quem foi o grande responsável pelo péssimo ano do Tricolor e por quê?
Priscila: A única responsável são as escolhas. Escolhas do passado que perduram trazendo perigos ao nosso presente e a sombra de um futuro incerto. Escolhas das pessoas que estão a frente de um dos maiores clubes do mundo e que em minha modesta opinião deveriam, acima de tudo, ser honestas consigo da tamanha irresponsabilidade em fazer algo para, o qual, não estão e nem estarão habilitadas.
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TOTR: Qual o principal motivo para o SPFC estar nessa situação? Elenco caro, bons treinadores, mas que; desde 2013 com exceção ao bom trabalho de 2014, vem colecionando fracassos e flertando com a segunda divisão?
Priscila: É um conjunto de fatores que levam o SPFC a flertar com a segunda divisão. Falta de filosofia de trabalho, de mínimo planejamento, de pessoas capacitadas dentro e fora do campo para estruturar um trabalho de resultado. Futebol e curto prazo não se falam. Portanto, é preciso planejar, priorizar, otimizar recursos e principalmente, amar esse clube.
TOTR: Rogério Ceni iniciou o ano com técnico do SPFC, mas não suportou as eliminações no Paulista, Copa do Brasil, Sul-americana e o Z4 no Brasileiro; você acha que era a hora de Ceni? Como analisa o trabalho dele no comando tricolor?
Priscila: Não era hora de Ceni. Penso que ele, dentre outros motivos, tenha se deixado levar pela vaidade. Um técnico ou qualquer outro profissional se molda com o tempo, com as experiências vividas. Ser capitão do São Paulo, ídolo máximo e referência na posição não o credenciaram para alçar um voo direto, sem conexões.
A passagem dele foi sem apoio, sem condições de se realizar um trabalho digno. A minha torcida e desejo é que ele, já consolidado como técnico, volte para dar sequência à parceria vitoriosa com o São Paulo.
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TOTR: Para alguns torcedores um dos erros da direção é a constante mudança de treinadores, você concorda com essa afirmação? Sobre Dorival, você acha que ele deve ser mantido ou deve sair? Se sair, quem você contrataria?
Priscila: Concordo com a afirmação e reitero que futebol e curto prazo não combinam. Além disso, repito também que o SPFC precisa retomar a sua identidade no futebol, firmar uma filosofia de trabalho para aí, sim, identificar um perfil de técnico que o atenda. Não basta ser um nome de mercado, tem que ter afinidade com o clube, torcida e ser um ótimo boleiro gestor de pessoas. Eu não manteria o Dorival, mas para escolher um outro nome, precisaria definir os outros requisitos que comentei sobre identidade e filosofia. Porém, afirmo que me agrada técnicos estrangeiros, desde que se afinem com o clube e que haja planejamento do trabalho.
TOTR: O elenco tricolor está entre os mais caros do país e conseguiu apenas a 13ª campanha no Brasileiro além de eliminações no Paulista, Copa do Brasil e Sul-americana; levando em conta que times com orçamentos mais baixos conseguiram resultados importantes, qual você acha que deveria ser a política do São Paulo? Salários altos, jogadores baratos, apostar na base?
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Priscila: A política do São Paulo deveria ser antes de qualquer outra coisa cumprir o estatuto e se profissionalizar. E mais do que profissionais, o clube precisa de são-paulinos como Raís e Luganos. Só elenco caro não ganha campeonato e só boa gestão também não. O pontapé para um time campeão é ter uma mentalidade vencedora. O SPFC de hoje se apequenou e se curvou à modéstia perigosa do “time grande não cai”.
Para se montar elenco é preciso saber o que e onde se quer chegar para buscar, organizar e trabalhar.
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TOTR: Qual o setor ou setores que em sua opinião nosso time mais precisa de reforços?
Priscila: Firmaria uma filosofia de trabalho, contrataria um goleiro de nome e bons laterais para começar a organizar o time taticamente. Sem contar que mais do que um time é preciso pensar em um plantel de qualidade para se ter peças de reposição que minimamente respondam de forma adequada, quando necessário. O SPFC virou um celeiro de refugos. Passou da hora de montar um plantel com responsabilidade para voltar a ser competitivo e ter respeito.
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TOTR: Existe informações de que a atual administração estaria pagando as dívidas do clube com austeridade e vendendo jogadores, você tem alguma informação nesse sentido? Como você vê essa política? Esse é o caminho certo?
Priscila: Caminho certo é profissionalismo, transparência, ética, planejamento e resultados. Temos isso hoje?
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TOTR: Por último, quais as suas expectativas em relação ao time para 2018?
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Priscila: De fato, acredito profundamente que, um dia, o SPFC voltará a ser o SPFC. E eu enquanto eu viver amarei esse clube.
Não enxergo grandes resultados para o próximo ano, mas manterei a chama acesa.
