PARA VOLTAR A SER SÃO PAULO; POR CARLOS PORT

Acervo SPFC

 

No final de 2013, após o até então pior ano da história do SPFC, o Tricolor On The Rock fez uma série de entrevistas com os são-paulinos mais influentes segundo nossa e equipe. Essa série se chamou: “Meu Tricolor em 2014″.

Pois bem, estamos aqui mais uma vez, após um ano em que mais uma vez o clube esteve perto de cair para a série B e a única coisa que o torcedor tricolor pode “comemorar” é o famoso: Time Grande Não Cai. Mais uma vez vamos fazer uma série de entrevistas, mais uma vez vamos convocar os tricolores para debater nosso SPFC em busca de sugestões de quem ama o clube. E alguém ama mais que o torcedor? Não.

O entrevistado de hoje é:  Carlos Port, apresentador e idealizador do programa Opinião Tricolor, blog e TV da Internet, quintas 20h às 21h.

  

TOTR: Quem foi o grande responsável pelo péssimo ano do Tricolor e por quê?

Carlos: Vida longa ao Rock. Salve amigos! Bom, quem me conhece, sabe o que penso sobre o presidente do São Paulo e o modelo perpetuado de poder, que representa. Óbvio que Leco foi, é e continuará sendo, um entrave para a grandeza tricolor. Não se trata de ser contra a figura pessoal de Carlos Augusto, mas de saber da sua incapacidade diretiva no futebol, desde 2002. A presidência caiu em seu colo, por ser presidente do Conselho Deliberativo, quando da renúncia de Carlos Miguel Aidar (após seu retorno trágico). Jamais seria eleito pelo voto dos conselheiros. Aí lembrarão, “mas foi reeleito”. Sim, mas já com a máquina administrativa na mão… e os resultados estão aí.

TOTR: Qual o principal motivo para o SPFC estar nessa situação? Elenco caro, bons treinadores, mas que; desde 2013 com exceção ao bom trabalho de 2014, vem colecionando fracassos e flertando com a segunda divisão?

Carlos: Perpetuação do poder, simples assim. 2014, por exemplo, ocorreu uma ruptura, com a briga Carlos Miguel e Juvenal. O Aidar do passado parecia ter voltado, sem pedir benção ao saturado juvenalismo. Kaká chegou, o time foi vice-campeão brasileiro. Até em 2015, a vaga da Libertadores foi assegurada. Porém, CMA se perdeu na ganância, nos valores e aí a maior crise institucional da história do SPFC ocorreu. Superada com novos nomes? Não, com os mesmos no poder. Assim, 2013, 2016 e 2017, o SPFC temeu o rebaixamento. Sim, poderá temer mais vezes.

  

TOTR: Rogério Ceni iniciou o ano com técnico do SPFC, mas não suportou as eliminações no Paulista, Copa do Brasil, Sul-americana e o Z4 no Brasileiro; você acha que era a hora de Ceni? Como analisa o trabalho dele no comando tricolor?

Carlos: Quando a situação estava insustentável para o Rogério, fiz campanha para que o Dorival viesse, mas mantendo Ceni coordenador. Seria a soma da experiência na função de DJr, com a vida de São Paulo do M1to. Claro que ficou provado que o ídolo não estava plenamente pronto, mas é cercado de circunstâncias especiais. Quem tem 25 anos de clube, a maior delas. Anos observando a tática, através da visão privilegiada do gol, a comissão técnica estrangeira, contando com o certificado de técnico UEFA de Michael Beale. Tudo isso credenciava Ceni a ter ascensão. O lado mais difícil era o seu conhecimento temperamento difícil e personalidade forte, tida como não agregadora por muitos. Porém, o divisor de águas foi a quebra de planejamento oferecido da diretoria, para com ele. Vendas da jóias da base Neres e Araújo, Thiago Mendes vendido, Cueva quase foi também, um diretor que não era do ramo (Pinotti) fazendo o elenco dispersar ainda mais. Negociações concluídas sem o conhecimento do técnico. Ou seja, seria difícil até para o mais experiente. Pra finalizar, o deplorável tratamento de Leco e Pinotti, oferecido ao maior ídolo são-paulino (para muitos) após a sua demissão. Ou seja, só poderíamos ter analisado Ceni em plenitude, se não tivessem pisado tanto na bola, com ele.

  

TOTR: Para alguns torcedores um dos erros da direção é a constante mudança de treinadores, você concorda com essa afirmação? Sobre Dorival, você acha que ele deve ser mantido ou deve sair? Se sair, quem você contrataria?

 

Carlos: Claro! Como adquirir padrão e, principalmente, filosofia de jogo (que deve ser a mesma da base ao profissional) com tantas trocas?! Porém, vai mais do que isso, o SPFC troca constantemente de elenco, outra lástima! Mesclando alguns bons e vários péssimos jogadores. Sobre Dorival, queria um técnico de mais pulso, talvez Abelão. Mas acho difícil 2018 começar com troca.

TOTR: O elenco tricolor está entre os mais caros do país e conseguiu apenas a 13ª campanha no Brasileiro além de eliminações no Paulista, Copa do Brasil e Sul-americana; levando em conta que times com orçamentos mais baixos conseguiram resultados importantes, qual você acha que deveria ser a política do São Paulo? Salários altos, jogadores baratos, apostar na base?

Carlos: A política do São Paulo deveria ser a profissionalização administrativa. Só ela equilibra base, profissional e salários, aliados a um marketing eficiente, hoje nulo no Tricolor.

 

TOTR: Qual o setor ou setores que em sua opinião nosso time mais precisa de reforços?

Carlos: Pode ser onde não precisa? Quase em todas posições, salvo o meio-campo que tem um bom nível titular. Mas gostaria de goleiro de peso, de zagueiro reserva de melhor qualidade aos que Leco e Pinotti trouxeram, de laterais diferentes das renovações bizarras e de atacantes de melhor qualidade técnica. Claro, aprender a transição da base com eficiência e tempo.

 

TOTR: Setores da torcida criticam muito o trabalho de Pinotti, como você avalia o trabalho dele? Faria alguma mudança? Qual nome você acha que faria um papel melhor?

Carlos: Raí assumiu o lugar dele quando eu respondia essa entrevista. Acho que ele conhece mais futebol e ambiente boleiro, do que aquele que jogava bola no Arqui… brincadeiras a parte, Pinotti se perdeu. Não dominava o futebol e no marketing, ao contrário do que muitos dizem, diminuiu o valor do manto, pelas marcas agregadas de baciada e de nomes menores. Quem hoje quer patrocinar o SPFC com valores do tamanho do clube, se o clube aceita o que vier? A terceira maior torcida do país merece mais respeito em sua camisa. Porém, Vinicius chegou como torcedor apaixonado querendo ajudar financeiramente o clube, claro que recebendo depois. Creio ter sido seu maior mérito. Os deméritos venceram.

 

TOTR: Existe informações de que a atual administração estaria pagando as dívidas do clube com austeridade e vendendo jogadores, você tem alguma informação nesse sentido? Como você vê essa política? Esse é o caminho certo?

Carlos: Tenho e não acredito em queda vertiginosa de dívida. Só vou crer com auditoria independente atestando. A atual política é lastimável.

 

TOTR: Por último, quais as suas expectativas em relação ao time para 2018?

Carlos: Com toda sinceridade, coadjuvante mais uma vez. Fora da Libertadores e com menos investimentos que os rivais diretos. Torcedor são-paulino, vem aí outro ano de superação. Mas somos o Clube Da Fé, quem sabe, sejamos abençoados.

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